O Segredo de Noé

Estamos prontos para receber o mais novo filme de ação americano, "A arca de noé", com todos os atores ícones que temos direito. É o pai discurso conversando conosco sobre nosso grande medo do apocalipse que está se desenvolvendo aos nossos olhos, todos os dias, metódica e regularmente. Essa fala principal diz respeito a um fim de mundo cheio de enchentes, desabamentos, falta de ordem, destruições e um grupo de escolhidos por deus, representado pelo comandante Noé, a ser salvo em uma grande embarcação a ficar na superfície dos incontroláveis desmontes que virão.

É assim que quase todas as escrituras sagradas nos ensinaram, durante milênios, a ver o futuro, como um lugar de direito a um patriciado reunindo uma cúpula de seres humanos melhores que todos os outros, os "outros" que deverão morrer para sempre ou reencarnar em novas tentativas de pertencimento. Isso está em nossas mais enrodilhadas entranhas, a ideia de precisarmos ser escolhidos por um deus, de preferência o mais forte deles, Zeus. Tudo o que cada um de nós sempre desejou foi ser o "queridinho do Olimpo", só isso. Em nome desse desejo , matamos animais, maltratamos crianças, desprezamos os velhos e os fracos que não servem a algum dos nossos propósitos.

O que essa tradição esqueceu de iluminar, e que talvez seja o conceito principal do mito, é a noção de "casal". Acasalar, antigamente e até hoje em dia para muitos, para a maioria, é agrupar com um outro formando uma dupla na qual um dos dois é subordinado ao mais forte, ou os dois se revesam em subordinações negociadas por meio de disputa permanente sobre o poder. 

Estou começando esse assunto. Vou trabalhar, depois continuo. O segredo de Noé talvez seja um novo formato para aquilo que inaugura a família, baseado no entendimento, na fundação de uma nova e desejada consistência do ato amoroso, agora por solidariedade e não mais por acumulação de poder e patrimônio. 

Depois continuamos a falar. Bom dia.

Um comentário:

  1. Interessante essa abordagem. Qual o segredo? Os valores dos mais merecedores? Quem faz as regras? Que ideia fazemos de Deus para nós mesmos e porque? Felipe Martins

    ResponderExcluir