A aposentadoria reduz gastos públicos e aumenta empregos e bem-estar social




Estou tendo sentimentos estranhos: entre uma tristeza e outra, uma indignação e outra, uma revolta e outra sinto um modesto bem-estar derivado da sensação de memória de que o tempo não passou, ou que ele passou muito pouco e que eu estou em meio ao cenário da década de 1970, em uma ditadura, eu jovem portanto, só que agora não tenho adultos cruéis mandando em mim, sou uma senhora aposentada.

Sinto-me livre e com direitos de ir e vir (e manifestar-me aqui no facebook e em blogs) e vivendo uma vida livre de aposentada. É um ótimo sentimento de que consegui sair do inferno e chegar em um paraíso pessoal. Talvez muitos velhos sintam isso: sobreviveram às ditaduras, conseguiram se aposentar e chegar em uma vida calma e doce. 

Retirar a aposentadoria dos velhos é suprimir uma espécie de "luz no fim do túnel" para todas as pessoas que são obrigadas a trabalhar para viver. O trabalho é penoso para a grande maioria das pessoas, ainda e até mais ainda no século XXI já que agora os ritmos, velocidades e formas gerenciais da era da informática compõem uma espécie de neo-escravismo de entrada em um novo mundo, o dos robôs, androides, avatares. 

A aposentadoria é um direito fundamental para os velhos da espécie humana. E, não se enganem, a gente fica velho desde o momento da menopausa. Os homens na mesma época ou antes até, dado o tamanho do desgaste na opressão do mundo do trabalho capitalista. Em 2016, a experiência cotidiana de qualquer brasileiro ou brasileira demonstra, comprova, que todos temos alguma ou mais de uma doença séria ou merecedora de cuidados importantes, isso desde os quarenta e cinco ou cinquenta anos.

Reduzir a jornada para quatro ou cinco horas, aos cinquenta anos e aposentar-se integralmente aos cinquenta e cinco seria uma possibilidade de reduzir enormemente os gastos com doenças, prolongar a vida boa útil e, com isso, retornar ao mundo da organização da vida coletiva para fazer coisas boas aos jovens e crianças, tais como cuidar dos netos, das hortas públicas, de atividades lúdicas e educativas para os pobres. E, de quebra, seria um incentivo para a redução do desemprego dos jovens.

Os ricos brasileiros e do mundo inteiro não querem tirar a aposentadoria dos velhos pobres e remediados para ajudar alguém. Dinheiro pra eles é brinquedo e fórmulas tais como "dívidas públicas" ou "superávit" são engrenagens da brincadeira de produzir pobreza, sofrimento e guerras. Os ricos brasileiros e do mundo inteiro são loucos, malvados e burros.

Nós só precisamos ser inteligentes livremente e falar uns com os outros em espaços públicos. Se fizermos isso conseguiremos tirar os loucos burros do poder.

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